26 de jul. de 2012

O Preconceito e o Amor

Depois de muito escrevo novamente, e nosso título-tema nos remete a ópera La Fille Du Régiment de Gaetano Donizetti. Uma ópera buffa (ópera cômica) que conta a história de uma lavadeira adotada (Marie) pelo regimento e um jovem soldado (Tônio), além de outros personagens que dão comicidade a ópera mesclando com um ar de conto de fadas reverso.
A ópera se passa na França, onde uma criança cresceu em um regimento militar em época de guerra. A marquesa voltando de seu chatêau é apresentada a Marie como sua tia, que insiste em tirá-la do regimento e levá-la para ser educada em sua casa. Marie se mostra uma mulher fora dos padrões da sociedade, e é resistente quanto à educação que vem recebendo de sua tia. Quando ainda estava no regimento Marie se apaixona por um soldado, e se entrega ao amor, entretanto nesta nova fase de sua vida, sua tia pretende casá-la com o duque de Crakentorp. No decorrer da ópera até a cena final, a marquesa revela a Marie que é sua mãe legítima e concorda que ela seja feliz e se case com Tônio seu verdadeiro amor.
Esta ópera nos mostra a importância de se libertar de certos preconceitos e nos dar a chance de amar e permitir que outros amem de sua forma. O amor em sua essência primordial nunca vem desrespeitar ou agredir a outrem, o que pode ocorrer na maioria dos casos é a personalidade do ser (geralmente com distúrbios) interferir no sentimento levando às vezes a um estado gritante de exageros públicos. Lembremo-nos de combinar o amor e a paixão com o respeito!
Amar uma pessoa de classe social diferente, de outra raça ou do mesmo sexo, não é um crime, o que temos visto hoje em dia é um exacerbado preconceito que tenta sufocar essas expressões de amor, causando danos morais e em alguns casos psicológicos em suas vítimas. O que devemos tomar como lição a ser seguida desta ópera, é a quebra do preconceito e a entrega ao amor. Muitas vezes deparamo-nos com o falso moralismo que diz aceitar certas relações, mas desde que sejam escondidas, porque elas ferem os olhos da sociedade. Lembrarei a todos que em certa ocasião no passado era um escândalo gigantesco uma mulher pensar em querer trabalhar. Graças a Deus evoluímos com o passar dos séculos, mas ainda sim há mazelas enormes presentes na sociedade.
Às vezes até fico sem entender o que um relacionamento alheio pode nos causar tanto prejuízo a ponto de querer destruí-lo. Abram suas mentes e abram seus corações para o amor, ver um casal homossexual de mãos dadas é tão bonito quanto ver um casal heterossexual fazendo o mesmo, o importante é ver o sentimento. Façam o mesmo ao presenciar um beijo de um negro com um branco, um pobre com um rico e etc. O amor está aí para quebrar paradigmas errôneos, e corrigir as feridas da alma. Deixe que o amor flua, e o fortaleça se estiver ao seu alcance, assim como o sol dá a força a um botão de um lírio para abrir e perpetuar sua beleza.
Então por que ter medo de amar? Ame-se, ame o próximo, ame sua “alma gêmea”, permita-se amar e ser feliz sem preconceitos.

26 de mai. de 2010

Minha vida e a ópera

Após meses sem escrever reinauguro este blog com alegria.

Continuando as nossas reflexões sobre os contextos entre a vida e as óperas, me pego escutando L’orfeo, musica in favola de Claudio Monteverdi. Particularmente esta ópera esta contextualizada em minha situação amorosa atual. Não é meu costume falar especificamente sobre minha vida neste blog, mas vamos lá. Nada mais justo para com meus leitores descobrirem um pouco de minha intimidade nesta reabertura de arte e vida.

A ópera conta sobre Orfeo que amava Eurídice com o mais puro e sincero sentimento. Eles marcaram o seu casamento com muita alegria e entusiasmo, mas por infelicidade do destino Eurídice é picada por uma serpente e morre. Orfeo que era músico, encanta os deuses com sua harpa e suas melodias apaixonadas e dramáticas. Os deuses do submundo tocados pela música de Orfeo, realizam seu desejo de ter Eurídice de volta, mas com a condição de que ele jamais olhasse na direção dela. Um dia em um momento de fraqueza ele olha para trás e vê o ombro de sua amada, antes que ele pudesse olhar o seu rosto, ela se desfaz no ar e volta a ser um fantasma no tártaro. Orfeo em sua dor entoa cantos de tristeza. Apollo, o seu pai, vem do céu e o leva para que ele conviva eternamente com a imagem de Eurídice nas estrelas.

Pela primeira vez eu não sei definir ao certo quem sou nesta ópera. Orfeo? Ele sofre como eu por estar longe da companheira, mas eu não seria Eurídice? Sim. Será se não preciso ser resgatado do tártaro onde vivo uma ilusão? Olhando por esse lado (o tártaro sendo uma ilusão em que nos metemos), não estaria eu vivendo um conto de fadas? Não no meu relacionamento com meu “flerte” como eu digo, mas na minha vida. Bem uma coisa é certa ele veio abrir meus olhos pra muita coisa, mesmo que as vezes ele seja cabeça dura e ignorante.

Em uma visão geral, nós temos que abrir os olhos e ver em que realidade estamos, se não é possível que esse alguém a quem temos imenso carinho e amor canse de nós. Sejamos verdadeiros, quem vive em um mundo meio ilusório para se “proteger” do mundo não é a melhor companhia do mundo. Sim, porque damos patadas e tentamos nos fechar para as verdades. Não façamos como Orfeo, não vamos olhar para trás, mas sim sempre adiante, para a vida é bela e precisamos saber vive-la.

Mas antes que me perguntem, eu não quero que minha vida seja como o mito de Orfeo, eu quero viver um amor sincero sim, mas quero que seja para sempre, não querendo prever o futuro. Mas precisamos aprender que quando amamos temos que pensar que este amor é eterno, porque amar é muito bom e faz bem a alma.

20 de mar. de 2009

Amor


No silêncio de minhas reflexões, estava eu pensando sobre os relacionamentos, sobre o amor e coisa e tal, o que me fez lembrar a bela ópera Aída, de Giuseppe Verdi. A história se passa no Egito, onde Aída (princesa etíope) tinha sido capturada pelos egípcios, tornando-se escrava de Amneris (princesa do Egito). Amneris era apaixonada por Radamés, que seria em breve indicado pelos deuses para guiar a guerra contra os etíopes, mas este por sua vez era apaixonado por Aída, que também o amava. Amneris descobre o amor entre os dois e vê em Aída a sua rival. Com a glória do Egito sobre os etíopes, o Faraó concede um pedido a Radamés como recompensa a vitoriosa guerra, com isso Radamés pede que sejam soltos os etíopes capturados (entre eles o Rei etíope fingindo ser um camponês para sobreviver e por seu plano em prática), o Faraó concede o pedido e da à mão de Amneris (que fica em grande alegria) a Radamés. O Rei etíope percebe o amor existente entre Radamés e sua filha Aída, logo, pede que ela descubra o plano de guerra egípcio para poder armar uma emboscada perfeita, ela combina então de encontrar-se com Radamés as margens do rio Nilo para tentar descobrir o então plano de guerra. As beiras do rio Nilo eles prometem fugir do Egito para a Etiópia numa cena de amor sublime, contudo Amneris escuta todo plano e entrega Radamés como traidor do Egito. Executada a vingança de Amneris, Radamés é condenado a morrer em uma tumba selada por uma grande rocha, Aída que estava desaparecida com o movimento da descoberta de seu plano, aparece ao lado de Radamés na grande tumba para morrerem juntos. Amneris arrependida pede perdão a Fthà (deus egípcio da criação).

Depois de descobrimos esta história dramática e triste, percebemos o amor presente durante toda a narrativa, seja ele o amor verdadeiro e puro de Aída e Radamés, ou o amor doentio e egoísta de Amneris por Radamés. Às vezes nos encontramos nessas experiências da vida. Afinal quem nunca teve um grande amor, seja ele equilibrado ou doentio?

Neste texto falaremos do amor em suas diversas trajetórias contra o egoísmo e o ódio. Muitas vezes tomamos “posse” da pessoa que acreditamos amar, achamos que ela nos pertence de tal maneira que esta fica presa e limitada a nós, pois temos a idéia de achar que aquele ser nos completa, que é a nossa metade. O que temos que perceber é que não existe a nossa m
etade, somos um por inteiro, cada qual com suas realizações e limitações, o que devemos fazer é somar cada um dos indivíduos envolvidos na relação e se ajudar mutuamente para vencer as limitações, lembrando sempre de respeitar o outro já que todos somos seres livres e sabendo que nossa liberdade termina onde começa a do outro e vice versa. O amor é um sentimento puro e celestial que deve ser cultivado sempre, pois o que mantêm um relacionamento vivo é a chama do amor.

Em particular abro um espaço para falar sobre o medo de amar. Na ilusão de evitar o que nos parece sem futuro, corremos léguas do amor, pois achamos que nunca vai dar certo estar com alguém, pois por frustrações passadas achamos que tudo se repetirá novamente como se fosse uma grande maldição, é preciso largar tudo isso e deixar ser amado ou amar, com certeza de que aquele momento será apenas mais um na eternidade com aquela pessoa. Não devemos buscar uma pessoa já imaginando que lá na frente não vai dar certo e tudo vai acabar, comece algo que você tenha certeza que não vai acabar, caso acabe, erga-se novamente e tire daquele relacionamento as lições que aprendera. Saiba viver o amor de sua forma mais sublime, não se feche no egoísmo da alma, e aprenda andar, pare de engatinhar como se fosse o espectro do mundo. Ame, ame sempre que puder e da forma que quiser. Amar nunca é demais!

18 de mar. de 2009

Traumas


Pois é, quem diria que eu estaria escrevendo (ou tentando), em um blog para divulgar minhas idéias loucas acerca de um mundo mais louco ainda em que vivemos. Como um fascinado pela ópera (sei que é brega por o acento, mas fazer o que, isto é popular), vivo fazendo comparações entre as histórias e a vida real, lembrando que muitas óperas são fatos reais de épocas distintas. Ao passar dos anos fui descobrindo outra dimensão na arte, onde acredito ser esta o maior bem que as pessoas possuem, mas infelizmente vejo uma maioria tentando destruir este bem precioso que nos resta, neste país chamado Brasil. Enfim um breve perfil sobre aonde quero chegar foi traçado.

Estava eu em meu silêncio analisando o contexto da ópera Turandot de Giacomo Puccini quando de repente me deparo com uma princesa (Turandot) fria e maligna (no sentindo amplo da palavra). Reparo que em sua história houve fatos trágicos que a fez agir da maneira com que agia frequentemente. Conta à história que a princesa Turandot ficou traumatizada com os homens por conta de um o estupro e assassinato que houve com sua irmã, a princesa Lo-u-Ling. Com este fato Turandot jurou ódio eterno aos homens, contudo com a morte de sua irmã, ela passava a ser a nova sucessora ao trono chinês sendo que uma das exigências era o matrimonio por questões dinásticas. Eis que Turandot lança três enigmas, e quem acertasse seria o seu marido e imperador de toda a China, mas quem errasse seria punido com a morte... (caso interesse por toda história veja a opera ou leia o libreto)

Analisando os enigmas e suas respostas, pude chegar a algumas conclusões. Sendo os enigmas e conclusões a seguir: "Qual é o fantasma que nasce todas as noites, apenas para morrer quando chega à manhã?" "É a esperança!" Muitos por sua vez acham sem sentido e sem lógica a resposta ser a esperança, mas o que podemos entender se trouxemos a nossa realidade que ao chegar à noite, sonhos nos cercam e esses sonhos nos enchem de esperanças, e ao nascer do sol acordamos e esses sonhos se vão e vemos que não passavam de simples sonhos produzidos na noite, com isso perdemos a esperança. "O que é vermelho e quente como a chama, mas não é chama?" "O sangue!" Esta resposta nos traz noção que somos vivos e temos sentimentos, pois nosso sangue corre fumegante dentro de nossos corpos, o que nos leva a crer que todas as pessoas têm sentimentos e precisam ser respeitadas. "Qual é o gelo que te faz pegar fogo?" "Turandot!" Vamos trazer para o nosso interior e responder a nós mesmos. Seria você que se faz esta pergunta, a resposta? Cuidado meu amigo porque se for, posso lhe dizer que está em conflito consigo mesmo, pare e reflita acerca de seus traumas, pois lembre que a bela Turandot só chegou ao ponto de frieza e maldade (que seria mais uma revolta) por conta de traumas. Analise seus traumas e tente mudar seu interior pra melhor.

Agradeço pelo carinho de ter lido esta reflexão.